Levante o rosto, enxugue os olhos de suor e lágrimas; dê um sorriso, entre saliva e sangue; levante o rosto, me olhe e não te zangues. Encare a vida que te sobra e escapa, com tua cara esbranquiçada e suja, levante o corpo te pesa e falta, nesse momento de dor e tortura. Que cada gota de saliva imunda, misture-se ao teu porco sangue, amargando tua horrenda boca, que nada certo nunca proferiu. Que seu suor escorrendo em lágrimas, salgue cada ferimento aberto, devolvendo aos poucos e sempre a dor, que me deste ao estar por perto. E caso não morras deste ou outro mal, nem cedo ou rápido o bastante, lembre-se por muito tempo desse instante, em que revolta em fúria fiz pagar-me a vida que burramente roubaste de mim. Antes cuspir em seu rosto alguma alegria trouxesse, mas nada disso em minha garganta desce, gargalhando enquanto apodreces, ajoelhado em prantos, a sorrir assim.

quis, e de tanto querer, criei, e de tanto criar, cri, e de tanto crer, existi, e de tanto existir, gostei. e por tanto gostar, quis mais.

A luz, ofuscando-te os olhos, cega-te mais que a escuridão. A escuridão lentamente te acolhe, e aos poucos a cegueira se ameniza, e torna-se leve, confortável e contínua. A luz cega-te para sempre, e não permite jamais que enxergue as mais simples belezas em tua volta.

dia de paixão sem paixão.
de saudades sem saudades.
de você sem você.
de palavras sem palavras.
dia de ausência e silêncio.
shiii...

Me tiraste o medo do escuro:
Abraçado, em braços meus, contou-me nada haver no escuro, além de beijos teus..