sexta-feira, julho 24

queria gritar
o vento calou
a chuva fina
meus lábios beijou
estava a falar
o tempo fechou
já vem abraçar
o que restou
estava a pensar
pássaro levou
bela menina
o fim não chegou
falei em amar
o ar me faltou
paixão desatina
só recomeçou

quarta-feira, julho 8

Danço num ritmo diverso do teu
estou sempre a pisar-te o pé, e tu o meu.
Fecho os olhos e sigo as guitarras
e tu andas como as fanfarras
A fanfarronear pela avenida
Com pompa, seguindo tua vida.
Danço num ritmo lento
e tu danças parado
Ando para frente
Tu voltas pro outro lado
Mas continuamos nossa dança
Aguardamos na esperança
de que nenhum ritmo seja errado
Esperando que a próxima banda
tenha músicos melhor afinados.

sexta-feira, julho 3

Um dia hás-de vir ao meu recinto.
Aqui encontrarás meu mundo.
Se sentares aqui, onde agora estou, verás o Douro, uma quadra de São João recém chegada, e um dos mapas de casa: O Porto.
Um dia hás-de vir cá. Ver a foto na secretária, com os sorrisos de outrora.
Um dia hei-de mostrar-te: As fadistas a fazer festa nas paredes, ao lado dos índios Piaçangueras.
É mesmo de fazer piada.
Tinhas razão. Sou de cá e sou daí.
Sou memória, e és parte.
Um dia hás-de saber..